O vice-presidente Michel Temer tem uma equação difícil de resolver: precisa montar um ministério em poucas semanas, sem fazer qualquer convite oficial. Até porque, só assumirá interinamente a Presidência com a decisão do Senado de aceitar a abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff.

Mas ao mesmo tempo, ele precisa correr contra o tempo para ter uma equipe pronta para assumir o governo a qualquer momento. Foi neste contexto que aconteceu a conversa neste sábado (23) com o ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, no Palácio do Jaburu.

No encontro, não houve um convite oficial. Meirelles é apontado por aliados do vice como um nome forte para comandar a economia num eventual governo Temer.

O vice-presidente ficou bem impressionado com a conversa. Os dois estavam em sintonia com o diagnóstico sobre os problemas e soluções para a economia brasileira. Além disso, o ex-presidente do BC no governo Lula é visto como um nome capaz de resgatar a credibilidade do país, caso assuma o Ministério da Fazenda.

Um interlocutor de Temer lembra que Meirelles tem um diferencial em relação a outros nomes cotados para o cargo: projeção internacional e respeitabilidade. Isso é visto como essencial para o país retomar os investimentos estrangeiros.

Mas no encontro de hoje, a ordem foi evitar qualquer ruído para não repetir o que aconteceu no início da semana no jantar com outro ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga. Na ocasião, o presidente do PSDB, senador Aécio Neves, sinalizou que havia resistência de Fraga em participar de um governo Temer. O episódio gerou desgaste


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