terça-feira, 30 de abril de 2013

PM do RJ divulga vídeo com policiais envolvidos em cobrança de propina

   

Operação contra 78 suspeitos, 60 policiais, foi realizada nesta terça (30).
Ao todo, 66 mandados de prisão foram cumpridos, com 52 policiais presos.

 
 
 
Um vídeo feito pela Corregedoria da PM e divulgado pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro nesta terça-feira (30) mostra ambulantes e mototaxistas irregulares de Bangu e de bairros vizinhos, na Zona Oeste, pagando propina para poderem trabalhar. Nesta manhã, Corregedoria, Ministério Público e Secretaria de Segurança realizaram a operação "Compadres", com buscas contra 78 suspeitos de receberem propina, sendo 60 policiais, entre militares e civis. Até as 16h30, 66 pessoas mandados de prisão haviam sido cumpridos, com 45 PMs, 7 policiais civis e outros 14 homens presos. As imagens mostram a ação de oito homens — todos com identificação no vídeo feita pela Polícia Militar, sendo cinco deles policiais — nas ruas da Zona Oeste. Os oito foram detidos.
Em coletiva por volta das 16h desta terça, o Secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame disse que a operação começou a ser desenvolvida no início de 2012 e o trabalho de inestigação durou mais de um ano. "A investigação ainda não terminou. Ainda teremos desdobramentos desse trabalho que podem ter consequencias ainda maiores."
Denunciados
Dos denunciados pelo Ministério Público, 60 são policiais: 53 militares e sete civis. Os agentes públicos são de diferentes unidades. Os policiais militares pertencem aos seguintes batalhões: 14º (Bangu), 9º BPM (Rocha Miranda), 20º BPM, 6º BPM (Tijuca), 4º BPM (São Cristóvão), 41º BPM (Irajá), 15º BPM (Caxias) e do Centro de Formação de Praças (Cefap). Os policiais civis trabalhavam na 34ª DP (Bangu) e na Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Entre os não policiais, 18 procurados eram procurados, dos quais 14 já foram presos.
Todos tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça, que expediu ainda mandados de busca e apreensão nas residências dos policiais e nas unidades onde eles trabalham. Eles são acusados de formação de quadrilha, concussão e roubo.
O que diz a Secretaria de Segurança
Após as prisões, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, disse não se surpreender com o grande número de policiais envolvidos na operação. "Quando se decide combater a criminalidade, a gente não pode se surpreender com nada”, afirmou. “Não há pacto da polícia com esse tipo de prática. É absolutamente necessário cortar na própria carne."
O secretário disse ainda que as acusações contra os policiais são muito graves e estão muito bem documentadas. Beltrame garantiu que os policiais não serão mantidos nos seus cargos.
Já o comandante geral da PM, coronel Erir Costa Filho, disse que está cumprindo a promessa que fez ao assumir o cargo, em setembro de 2011, de cortar da corporação os maus policiais.
"Desde que assumi, já foram expulsos 317 policiais. E outros mais vão sair. A sociedade acredita na PM e denuncia os desvios e nós apuramos e buscamos moralizar a PM." disse. Costa Filho afirmou ainda que visita constantemente os batalhões e procura orientar os policiais sobre as condutas a serem adotadas.
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A ficha corrida do ex-policial Bola, acusado de matar Eliza

A ficha corrida do ex-policial Bola, acusado de matar Eliza

Marcos Aparecido dos Santos é acusado de asfixar a jovem até a morte, em junho de 2010.

 

Profissão: matador

Conforme revelou com exclusividade VEJA desta semana, paira sobre Bola a suspeita de ter tirado a vida de dezenas de pessoas ao longo das últimas décadas. Figura proeminente de um grupo de extermínio formado por policiais mineiros, Bola é réu em outros quatro processos por cinco homicídios. Cinco anos atrás, por exemplo, ele torturou e matou dois bandidos no mesmo sítio em Vespasiano. As vítimas do ex-policial e seus comparsas foram marcadas na testa com uma cruz. Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura foram entregues aos cães e enforcados. Os corpos ainda foram esquartejados, e os pedaços, jogados à fogueira. Sabendo de seu histórico - e interessado em seus métodos - o goleiro Bruno contratou Bola para matar Eliza. O preço acertado: 70.000 reais.



Carreira na polícia


Paulista de Santo André, Bola - também conhecido como Neném e Paulista - fez três tentativas de seguir carreira na polícia, entre 1984 e 1992. Em todas foi expulso da corporação por indisciplina: duas vezes em Minas e uma em São Paulo. Passou a atuar, então, como informante, integrando clandestinamente equipes de investigação do Grupamento de Resposta Especial (GRE), a tropa de elite mineira. Era reconhecido como um atirador habilidoso e, aos poucos, especializou-se em matar. Em 2008, começou a dar cursos de tiro a recrutas. As aulas eram ministradas em seu sítio, na cidade mineira de Vespasiano, conhecido como “casa da morte” - é onde o Ministério Público afirma que Eliza Samudio foi asfixiada até a morte. No local, o ex-policial também adestrava cães - os rottweilers aos quais ele teria atirado uma das mãos da ex-amante de Bruno

Eliza Samudio


Macarrão foi o encarregado de entrar em contato com Bola, em nome de Bruno, e encomendar a morte da ex-amante do goleiro, que exigia o reconhecimento de paternidade do filho que havia tido com ele, Bruninho. Quem os apresentou foi o ex-policial José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, empresário de um grupo de pagode patrocinado por Bruno. Rastreamento dos sinais de celular de Bola e Macarrão comprova que eles se falaram duas vezes na véspera do crime e outras seis nos minutos que antecederam o assassinato. Às 20h35 do dia 10 de junho de 2010, Macarrão e Jorge Luiz colocaram Eliza e o bebê no carro e foram à Pampulha. Lá, encontraram o ex-policial, de moto, e seguiram até a casa dele, em Vespasiano. O grupo só não contava com a recusa inesperada de Bola para matar a criança



Estrangulamento


Bola gostava de enforcar as vítimas até a morte. Foi desse modo, também, que escolheu matar a ex-amante de Bruno. Jorge Luiz (foto), que era menor à época do crime, contou com uma riqueza macabra de detalhes o que aconteceu: “Neném (Bola) perguntou se Eliza usava algum tipo de droga. Cheirou a mão dela e disse para ela ficar de pé, de costas para ele. De repente, deu uma gravata nela. Enquanto isso, pediu para Macarrão amarrar as mãos dela para frente. Então, Neném se jogou no chão com ela, agarrado o tempo todo no pescoço dela. Ela arregalou o olho. Saiu espuma branca. ela se contorcia. Até que o olho dela ficou com sangue. Ela agonizou, estremeceu e depois morreu". No atestado de óbito, emitido após a confissão de Macarrão em novembro passado, consta que Eliza Samudio foi morta por asfixia na Rua Araruama, 173 – o endereço de Bola..




Sem deixar rastros

O destino do corpo de Eliza Samudio é um grande mistério - que nem o promotor acredita ser solucionado. “Esse corpo foi destruído. Psicopata tem uma metodologia. Ele destruiu os corpos, como fez em casos anteriores”, disse Henry Castro, em entrevista ao site de VEJA. O primo de Bruno que presenciou o crime ao lado de Macarrão afirma ter visto Bola atirar uma mão humana aos cães rottweiler que mantinha em seu quintal. O corpo, segundo Jorge Luiz, havia sido colocado em um saco preto. Dali, não há mais testemunhas. A única pista que se tem vem de um detento que conheceu Bola na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem: Jailson Alves de Oliveira. Ele afirma que ouviu "várias vezes" o ex-policial dizer que queimou o corpo da jovem e jogou as cinzas em uma lagoa. Ainda de acordo com ele, ao perguntar o que Bola faria se o corpo da vítima fosse encontrado, ouviu: "Só se os peixes falarem". Como as buscas da polícia foram feitas quase um mês após o crime, não havia mais provas a serem encontradas no sítio do ex-policial.

TCU barra desperdício milionário na reforma do Maracanã, mas aditivos elevam custo a quase R$ 1 bilhão

TCU barra desperdício milionário na reforma do Maracanã, mas aditivos elevam custo a quase R$ 1 bilhão

Fiscais do tribunal encontraram gastos excessivos em itens como trocadores de fralda: valor unitário passou de 10.000 para 900 reais

O primeiro evento-teste do novo Maracanã, uma pelada entre os amigos de Ronaldo e Bebeto - Christophe Simon/AFP
Como tudo que envolve o Maracanã, a reforma que transformou o velho gigante de concreto em uma arena adequada às grandes competições internacionais será, por muito tempo, uma história para ser contada à parte – um épico das obras públicas. O valor final exato ainda não é conhecido, mas o total anunciado pelo governo do estado na previsão da obra já foi largamente ultrapassado. O valor inicial de 705 milhões de reais caminha para o bilhão: o total contratado, como mostra um documento obtido pelo site de VEJA, chega a 951 milhões de reais, devido aos aditivos já firmados. Mais contratos adicionais estão a caminho, em análise pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O governo do estado justifica a elevação de valor com as exigências feitas ao longo da reforma pela Fifa – algo previsto no jogo para quem quer receber uma Copa do Mundo, mas delicado do ponto de vista da gestão do dinheiro público. Seria ingênuo acreditar que, uma obra dessa complexidade teria seu valor total estimado com exatidão – como se sabe, a reforma do estádio, conservando as características da estrutura sacralizada pelas conquistas e dores do futebol brasileiro, é mais complexa até que a demolição total e a reconstrução de um novo estádio. Mas o TCU, como mostrou reportagem de VEJA desta semana, levantou a bandeira do impedimento para irregularidades que extrapolam o aceitável, mesmo em se tratando de modernizar aquele que já foi conhecido como “o maior do mundo”.
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O valor total da obra cresceu e foi reduzido. Depois da previsão inicial de 705 milhões, uma revisão do governo do estado empurrou os gastos para 956 mihões. O valor foi rejeitado pelo Ministério Público Federal (MPF), o TCU e a Controladoria Geral da União (CGU) – que integram o chamado Grupo de Trabalho da Copa (GTCopa de fiscalização). O grupo levantou graves suspeitas de superfaturamento, obrigando o governo a reduzir o orçamento final em 97 milhões de reais de imediato, em 2011. Mesmo assim, ainda há número sendo contestados. E os inimigos da redução de preço são os aditivos - nome que resume a forma de extrapolar legalmente o valor de uma obra causando grande satisfação aos empreiteiros. O TCU analisa agora, a pedido do MPF, aditivos que somam 92 milhões de reais – o mais recente, de 25 milhões, do último dia 16.No momento, o valor contratado já voltou aos 951 milhões de reais, bem próximo do total rejeitado pelo GTCopa. Dadas as adaptações necessárias para a entrega definitiva do estádio para a Copa das Confederações, é muito provável que a obra supere a marca do bilhão. “Pedimos ao TCU para fazer uma análise desses aditivos que, por uma coincidência, já chegam ao mesmo valor de antes. Queremos entender os fundamentos para saber se não foi uma tentativa de driblar a fiscalização”, afirmou o procurador do MPF, Vinícius Panetto.
Contas Abertas: Atuação do TCU já impede desperdício de R$ 600 mi na Copa
Boa parte da elevação de valor se concentra na cobertura do anel – um capítulo à parte na saga da reforma do Maracanã. Inicialmente, o projeto previa manter a marquise original, de concreto, que pesava 15.000 toneladas. Segundo o consórcio que fez as obras, estudos posteriores indicaram que havia risco de desabamento, por conta da corrosão do ferro ao longo das décadas. A análise foi referendada por quatro universidades – incluindo-se aí a Universidade Politécnica de Madri. Com a necessidade de troca, o preço da obra explodiu. Para se ter uma ideia, só com os 47.000 metros quadrados da nova cobertura o governo do estado orçou um gasto de 256,7 milhões de reais. Depois de uma contestação do Tribunal de Contas da União, ainda em 2011, o preço baixou para 252,4, ou seja, uma diferença de 4,3 milhões. Havia ainda no caminho uma obra igualmente desafiadora: a demolição das marquises, com gasto previsto de 21 milhões de reais. Depois de um detalhado exame dos fiscais do TCU, o desmonte da cobertura original recuou para 12,5 milhões. O resultado da economia somente na cobertura do estádio ultrapassa os 12 milhões de reais.
Confira os destaques de VEJA desta semana
Reprodução
Aditivos elevam custo da reforma do Maracanã: total supera 951 milhões de reais
Aditivos elevam custo da reforma do Maracanã: total supera 951 milhões de reais
A remoção da cobertura original, que não podia ser implodida, tornou-se um pesadelo para os envolvidos. A solução encontrada pelos engenheiros foi fatiá-la em placas, usando fio diamantado (foram necessários pelo menos 360, ao custo de 20 000 reais cada um). Para retirá-las depois de cortadas, foi preciso trazer do Rio Grande do Sul três dos maiores guindastes do Brasil – cada um deles pesava 750 toneladas. Por fim, o concreto da cobertura antiga foi triturado e reutilizado, uma exigência para a obtenção da certificação ambiental do estádio. Projetada na Alemanha, fabricada nos Estados Unidos e cortada na Tailândia, a membrana exigiu cuidados especiais. A tecnologia para cobrir vãos sem grandes apoios começou a ser desenvolvida na década de 60 pelos alemães, para o Estádio Olímpico de Munique. Por isso, quarenta alpinistas vieram da Alemanha para treinar os montadores brasileiros e ajudar no processo de colocação da cobertura. O material usado no revestimento, descoberto pela NASA, é o mesmo utilizado nos uniformes de astronautas (fibra de vidro revestida com teflon). Pesando 11 mil toneladas a menos que a original, a nova cobertura tem extensão de 68 metros, mais que o dobro de antes, e está entre as maiores do mundo. Com isso, apenas 5% dos assentos permanecerão descobertos.
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Economia – Em um relatório divulgado em abril, o ministro Valmir Campelo, do TCU, classificou como frutífero o trabalho empreendido pelos técnicos do tribunal sobre os contratos da Copa do Mundo. Iniciadas em 2009, “as fiscalizações efetuadas pelo TCU já colaboraram para uma economia aos cofres públicos superior a 600 milhões de reais”, escreveu. “Um trabalho preventivo; um trabalho educativo, para evitar irregularidades antes da sua consumação. Temos adotado o diálogo como principal estratégia de ação no exercício do controle, pondo em prática a mais relevante função da Corte de Contes Federal, que é a atuação pedagógica junto aos administradores, de forma a corrigir tempestivamente eventuais desacertos”, afirmou Campelo.

Dez valores absurdos da obra do Maracanã

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Cobertura - redução de R$ 4.287.138,61

O governo do estado orçou um gasto de 256.714.917,00 reais. Depois de uma contestação do Tribunal de Contas da União, ainda em 2011, o preço baixou para 252.427.778,39, ou seja, uma diferença de 4,3 milhões.




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Jorge Mensampa
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